É interessante ligar a televisão no domingo a tarde, façam essa experiência e vejam no que se transformou a TV aberta no Brasil... É de entristecer!
Domingo passado eu tive essa infeliz ideia, e o que pude notar é uma evidente generalização do "topa tudo por dinheiro", o saudoso programa do Silvio Santos...
Mas, de todo o show de horrores, o que me deixou mais indignada foi o Faustão explorando a imagem de um pobre coitado, tocando e cantando, se é que posso falar assim.
E a dignidade da pessoa, onde é que fica? O Faustão claramente fazendo chacota do cara, rindo do seu pouco talento, ou talvez da sua aparência, ou da falta de domínio do inglês, ou da letra da música que o homem cantou.. (vejam o vídeo aqui).
O mais interessante é que o senhor só foi parar no programa porque virou sucesso no You Tube, com vídeos com milhões de acesso.. Hoje em dia não é difícil encontrar cantores, grupos, bandas, duplas que fazem um sucesso estrondoso com músicas de qualidade duvidosa, pra não dizer outra coisa.
Será que pra fazer sucesso tem que ser ridículo? Será que músicas com letras que não tenham duplo sentido ou mesmo descarado apelo sexual não fazem sucesso?
Segunda-feira estava conversando com meus colegas da Universidade na hora do almoço, sobre as denúncias do Fantástico da rede de pedófilos espalhada pelo Brasil, será que coisas aparentemente inocentes como essas músicas de duplo sentido, que entram na cabeça das crianças porque os pais ouvem, ou porque ouvem na rua, veem na TV, não desperta uma sexualidade precoce? E mesmo aquelas aulas de educação sexual desde a 4' série, há necessidade daquilo?
Quanta contradição, despertam a curiosidade das crianças e quando acontecem cenas como as que vimos no Fantástico domingo, tentam tomar medidas! Será que não está na hora de rever algumas políticas públicas?
Enfim, enquanto os brasileiros continuarem a dar audiência a programas como o do Faustão, continuarem a consagrar "artistas" que gravam músicas como o famigerado "Rebolation" ou "Você não vale nada mais eu gosto de você", podemos esperar o que? Afinal, "a boca fala daquilo que o coração está cheio" (Lc 6, 45)
Que tal parar para pensar um pouco sobre o exemplo que estamos dando para a nova geração? Uma geração formada sem valores, sem ninguém para orientá-las.. Deus tenha misericórdia de nós!