Depois de um longo e tenebroso final de semestre estamos de volta! E com um novo layout! =)
Muito tempo fora, tantos assuntos para comentar...
Resolvi falar sobre essa questão que assola a humanidade: qual é o objetivo da vida? Por que estamos nesse mundo?
Não são palavras minhas, mas de um autor muito conhecido: J.R.R. Tolkien. Todos já leram algum livro dele, ou viram algum filme baseado nas suas obras, mas poucos sabem que Tolkien era um católico fervoroso. Aliás, num primeiro momento, muitos o consideram digno de pouco crédito, por ser ele o expoente maior da chamada "literatura fantástica", escrever sobre elfos, magos e etc.. No entanto, seus livros estão recheados da moral e de valores cristãos. É uma questão de ler com atenção.
Bem, vamos à resposta do Tolkien. Espero que vocês gostem. =D
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Qual é o objetivo da vida?
O que significa realmente a pergunta? É preciso definir Objetivo e Vida. É uma pergunta puramente humana e moral ou refere-se ao Universo? Pode querer dizer: Como devo tentar utilizar o tempo de vida que me é dado? OU: Que objetivo/desígnio servem os seres vivos ao viverem?[...]
A curiosidade humana em breve coloca a questão COMO [...] e pode passar a colocar a questão POR QUE? Mas o PORQUÊ, neste sentido, pode apenas referir-se a uma MENTE. Apenas uma Mente pode ter objetivos em qualquer sentido ou relacionados com os objetivos humanos. Por isso, a pergunta "Por que é que a vida, a comunidade de seres vivos, apareceu no Universo físico?" introduz imediatamente a pergunta: "será que existe um Deus, um Criador/Designer, uma Mente com que as nossas mentes sejam aparentadas (tendo origem nela) de modo a tornar-se, em parte, inteligível?"
Chegamos, assim, à religião e às ideias morais que dela derivam. [...] As morais deverão ser um guia para os nossos objetivos humanos, para a conduta das nossas vidas: (a) a forma como os nossos talentos individuais podem ser desenvolvidos sem que os desperdicemos ou façamos mau uso deles; e (b) sem prejudicar os outros membros da nossa espécie ou interferir com o seu desenvolvimento. (Para além e acima de tudo isto, encontra-se o sacrifício pessoal por amor).
Mas estas são apenas respostas à pergunta menor. Para a maior, não existe resposta, pois essa exige um conhecimento completo de Deus, o que é inatingível. Se perguntarmos por que é que Deus nos incluiu no seu Desígnio, só poderemos responder: porque sim.
Se não acreditarmos num Deus pessoal, não será possível perguntar nem responder à pergunta: "Qual é o objetivo da vida?". A que ou a quem dirigiríamos a pergunta? [...]
Aqueles que acreditam num Deus, num Criador pessoal, não pensam que o próprio Universo é digno de ser louvado, embora estudá-lo aplicadamente possa ser uma das formas de O honrar. E se, como criaturas vivas, fazemos parte dele, as nossas ideias sobre Deus e as nossas formas de as expressarmos serão, em larga medida, extraídas da contemplação do mundo que nos rodeia.
Assim, pode-se dizer que o principal objetivo da vida, para cada um de nós, é aumentar, de acordo com a nossa capacidade, o nosso conhecimento de Deus, recorrendo a todos os meios de que dispomos para que esse conhecimento nos conduza a orar e a dar graças. Fazer o que dizemos em Gloria in Excelsis: Laudamus te, benedicamus te, adoramus te, gloroficamus te, gratias agimus tibi propter magnam gloriam tuam. Louvamos-te, chamamos-te santo, adoramos-te, proclamamos a tua glória, agradecemos a grandiosidade do teu esplendor.
E, em momentos de exaltação, podemos apelar a todas as coisas criadas para que se juntem ao nosso coro, dando-lhes voz, como no Salmo 148 e no Cântico das Três Crianças em Daniel 2: “LOUVAI O SENHOR [...] todas as montanhas e montes, pomares e florestas, coisas rastejantes e aves que voam.”
Isto é demasiado longo, e também demasiado curto, para responder a tal questão.
Isto é demasiado longo, e também demasiado curto, para responder a tal questão.
Com os melhores cumprimentos,
J. R. R. Tolkien.
(Texto completo aqui.)